sexta-feira, 2 de abril de 2010

Cimento Verde

É duro. É cimento, concreto. Cinza. E verde. Não é uma mistura; é cinza e verde. Ponto. Árvore no meio da rua, na parede. "Faz um canteiro". Se não é no canto, é no meio, mas ainda é de canto. É bonito? É. Paisagismo é bonito também. É natureza? É. Não sei se é, na verdade. Robô é ser humano? Manequim é ser humano? Natureza dá em todo lugar (como assim “dá em todo lugar”? Não é desse jeito, na verdade; concreto dá em todo lugar; natureza é natural), mas se é pura ou se não é, acho que é outra estória. Só sei que força; força a natureza da natureza. Fica dura, também. Verde, dura, cinza. É cinza. Vira cimento verde. E árvore cinza. É quase o camelo enforcado no orifício da agulha. Tem também terra cinza, terra suja. Ou melhor, não há terra. É cimento. E poluição. É sujo. Mas há, ali. As árvores sobem. Não me dizem muita coisa; só me dizem que são fortes, porque nascem no cimento e, às vezes, rompem-no. Não adianta forçar. Ajuda? A cidade fica bonita? Fica, mas é natureza forçada. Primeiro destrói, depois recoloca? Mas a natureza é forte, mesmo sendo forçada. E ela nos avisa.

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Às vezes, não gosto de ficar compartilhando as coisas... outras vezes, ao contrário, eu gosto sim. Enfim, acho que será uma boa experiência compartilhar as coisas que vivo. Porém, sem os outros, não há compartilhamento; há um acúmulo egocêntrico sem eco. Por isso, espero também compartilhar coisas com todos.